Neste último domingo conhecemos Dresden, uma cidade da Alemanha, capital do estado da Saxônia, localizada há mais ou menos 1h30 de Zschortau (distrito de Leipzig onde estamos morando agora). Hoje Dresden tem cerca de 500 mil habitantes e não se parece em nada com o estado que ficou depois do bombardeio sofrido no final da 2a Guerra Mundial em 1945, durante três dias seguidos (13 a 15 de fevereiro). Cerca de 90% da cidade foi destruída, onde séculos de arte e cultura foram varridos com o intenso e cruel bombardeio aéreo realizado pelos aliados anglo-saxãos: Força Aérea Real (RAF) e Força Aérea dos Estados Unidos (USAF). Ocorreu 12 semanas antes da rendição das Forças Armadas (Wehrmacht) da Alemanha Nazista e dizem que foi um dos maiores crimes realizados contra a cultura de todos os tempos, estando também entre os piores exemplos de sofrimento civil causado por bombardeio estratégico, uma vez que ocorreu com a guerra praticamente já ganha pelos aliados.
Para vocês terem noção da ação devastadora desse ataque, estima-se que um total de 1.300 bombardeios lançaram aproximadamente 4000 mil toneladas de bombas altamente explosivas. Além das bombas, também foram lançados dispositivos incendiários em quatro pontos estratégicos, que destruiu cerca de 13km² e causou uma tempestade de fogo que consumiu todo o centro da cidade. Embora os aliados tentem justificar o atentado dizendo que a cidade era um centro industrial (com 110 fábricas) e militar (com 50.000 trabalhadores que apoiavam o exército alemão), muitos pesquisadores argumentam que Dresden era um centro cultural de pequena significância militar e que os ataques não foram proporcionais aos ganhos militares.
"Uma noite apavorante", assim definiu Roy Akehurst operador de bordo da RAF durante a destruição de Dresden. "Chocou-me naquele momento o pensamento de que mulheres e crianças estavam lá embaixo. Parecia que estávamos voando horas sobre um lençol de fogo – uma terrível fogueira vermelha com um nevoeiro cinzento pairando sobre ela. Dei-me a comentar com a tripulação:"Oh Deus, esta pobre gente". Aquilo foi completamente desnecessário...." Tudo terminou praticamente numa só noite. Às 21h30 de 13 de fevereiro de 1945, um barulho atrovoante tomou conta dos céus da cidade. Quase mil aviões Lancasters da RAF, a mando de Winston Churchill, tido até então como o 'homem da cultura', começaram a descarregar a primeira leva de bombas sobre a cidade. Choveram lá do alto 1.478 bombas explosivas e mais 1.182 incendiárias. Em seguida foi a vez das fortalezas voadoras dos americanos, jogando uma carga de 1.800 bombas e outras tantas de magnésio para por fogo em tudo. Dresden, em poucas horas, viu-se transformada numa das maiores fogueiras do mundo. Um calor que ultrapassou os 800° e incinerou (ou asfixiou) quase toda a população civil. Calcula-se que os mortos oscilaram de 35 a 135 mil vítimas, 80% delas eram mulheres, crianças e idosos, visto que os homens estavam no fronte da guerra (o número de mortos ultrapassou a todas as baixas civis inglesas sofridas durante a Segunda Guerra Mundial, e foi quase equivalente aos de Hiroxima, abrasados em 6 de agosto daquele mesmo ano).
Nos outros dois dias, num arremate final de terror, aviões mosquitos da RAF, em vôos rasantes, varreram as estradas vizinhas, atulhadas com os sobreviventes em fuga, para mostrar-lhes que o inferno os perseguia também ali. No final de tudo, impressionantes pilhas de cadáveres retorcidos, com cem, duzentos mortos cada uma, pirâmides humanas ainda fumegantes, espalhadas por toda a Dresden, disputavam em horror com os escombros de séculos de beleza e de história devoradas em apenas algumas horas.
Abaixo, algumas fotos dos escombros de séculos de arte (Dresden, 1945):
Para vocês terem noção da ação devastadora desse ataque, estima-se que um total de 1.300 bombardeios lançaram aproximadamente 4000 mil toneladas de bombas altamente explosivas. Além das bombas, também foram lançados dispositivos incendiários em quatro pontos estratégicos, que destruiu cerca de 13km² e causou uma tempestade de fogo que consumiu todo o centro da cidade. Embora os aliados tentem justificar o atentado dizendo que a cidade era um centro industrial (com 110 fábricas) e militar (com 50.000 trabalhadores que apoiavam o exército alemão), muitos pesquisadores argumentam que Dresden era um centro cultural de pequena significância militar e que os ataques não foram proporcionais aos ganhos militares.
"Uma noite apavorante", assim definiu Roy Akehurst operador de bordo da RAF durante a destruição de Dresden. "Chocou-me naquele momento o pensamento de que mulheres e crianças estavam lá embaixo. Parecia que estávamos voando horas sobre um lençol de fogo – uma terrível fogueira vermelha com um nevoeiro cinzento pairando sobre ela. Dei-me a comentar com a tripulação:"Oh Deus, esta pobre gente". Aquilo foi completamente desnecessário...." Tudo terminou praticamente numa só noite. Às 21h30 de 13 de fevereiro de 1945, um barulho atrovoante tomou conta dos céus da cidade. Quase mil aviões Lancasters da RAF, a mando de Winston Churchill, tido até então como o 'homem da cultura', começaram a descarregar a primeira leva de bombas sobre a cidade. Choveram lá do alto 1.478 bombas explosivas e mais 1.182 incendiárias. Em seguida foi a vez das fortalezas voadoras dos americanos, jogando uma carga de 1.800 bombas e outras tantas de magnésio para por fogo em tudo. Dresden, em poucas horas, viu-se transformada numa das maiores fogueiras do mundo. Um calor que ultrapassou os 800° e incinerou (ou asfixiou) quase toda a população civil. Calcula-se que os mortos oscilaram de 35 a 135 mil vítimas, 80% delas eram mulheres, crianças e idosos, visto que os homens estavam no fronte da guerra (o número de mortos ultrapassou a todas as baixas civis inglesas sofridas durante a Segunda Guerra Mundial, e foi quase equivalente aos de Hiroxima, abrasados em 6 de agosto daquele mesmo ano).
Nos outros dois dias, num arremate final de terror, aviões mosquitos da RAF, em vôos rasantes, varreram as estradas vizinhas, atulhadas com os sobreviventes em fuga, para mostrar-lhes que o inferno os perseguia também ali. No final de tudo, impressionantes pilhas de cadáveres retorcidos, com cem, duzentos mortos cada uma, pirâmides humanas ainda fumegantes, espalhadas por toda a Dresden, disputavam em horror com os escombros de séculos de beleza e de história devoradas em apenas algumas horas.
Abaixo, algumas fotos dos escombros de séculos de arte (Dresden, 1945):
Vista da prefeitura da cidade.
Lancaster I - NG128
Pilha de corpos e escombros antes da cremação.
Observação: Nâo sabem como foi difícil para mim fazer essa postagem, mas eu precisava mostrar toda a destruição que foi realizada para valorizar ainda mais todo o esforço feito para recuperar esta cidade que, acreditem se quiser, está sendo rescontruída até hoje. Foi emocionante conhecer a história de Dresden. Na próxima postagem vocês vão poder conferir como está Dresden hoje, é de arrepiar! Está maravilhosa! Aguardem. Um beijo a todos e boa noite! *.*
Que horror....estou com os olhos lacrimejando até agora..... Pensar nas crianças que morreram corta meu coração ,,,fico pensando no Daniel.... afehhhh...
ResponderExcluirPois é amiga, eu fiquei assim enquanto pesquisava mais informações e escrevia, sem contar a sensação de estar lá e ter pisado em cada pedacinho que um dia foi só um monte de escombro, enfim, bate uma tristeza repentina difícil de explicar. Mas não fica tristinha não porque a cidade agora tá linda e é bonito de ver a força do povo daqui, eles agora sabem aproveitar a vida, talvez até melhor do que a gente no Brasil. Trabalham menos e tem mais tempo para se divertir, sem contar que um dia sem sol ou um dia com chuva, não é desculpa para ficar em casa, realmente eles batem perna o dia todo, principalmente os idosos. A qualidade de vida e a empolgação deles impressiona, eu fiquei encantada. Bjinhos no coração!!
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