O dia que antecedeu minha mudança para Villingen-Schwenningem foi marcado por preocupação, ansiedade e todos os adjetivos sinônimos de angústia. E não era para menos. Em Aachen eu morava no quarto andar de um prédio que não tinha elevador e suas escadas eram estreitas, Lívia já tinha mudado para Köln (em português, Colônia) e não tinha mais ninguém para me ajudar a descer com aquelas malas (duas grandes e pesadas) escada abaixo. Estaria sozinha e não podia baixá-las de qualquer forma, afinal as mesmas ainda tinham que aguentar 7hs de viagem e uma troca de trens.
Demorei um pouco a dormir e logo chegou o outro dia. Acordei cedo, tomei um banho demorado, fiquei linda e cheirosa, mas isso não durou muito tempo. Para o meu desespero, logo chegou também o horário combinado com o taxista para me levar até a Hauptbahnhof. Levei 30 minutos para baixar 2 malas em 8 lances de escada. Como eu fiquei depois disso? De princesa virei abóbora, suei como nunca e tinha horas que dava vontade de jogar as malas escada abaixo, sentar em um dos degraus e chorar feito criança. Em alguns momentos contei até 10 para não fazer isso e continuei. Quando o táxi chegou, de repente a surpresa. Era uma mulher, de uns 50-60 anos e com um problema visível de coluna. Era tudo que eu precisava ... rs. Conclusão: para colocar as malas no porta-malas também foi um sufoco, tive que o fazer sozinha. Em 5 minutos chegamos à estação. Com duas malas, uma mochila nas costas e outra sacola nas mãos, estava impossível me locomover. Até que Deus ouviu minhas preces e não mais que de repente surge o Álvaro (um amigo peruano), do nada, na estação. Ele foi ajudar nossa colega Jhenny (também do Peru) com as malas e, no final das contas, acabou ajudando outra alma desesperada. Ele foi extremamente solidário comigo, me ajudou a levar as malas até a plataforma onde ficam os trens e, inclusive, me ajudou a colocar as malas dentro do que me levaria à Köln. Fabíola também estava mudando para Villingen no mesmo dia e nos mesmos trens que eu. Foi a sorte, porque no final acabamos ajudando uma a outra, principalmente quando tivemos que desembarcar em Köln para a troca de trem.
Apesar de termos tido o azar de não viajar em um ICE (ICE é como são chamados os trens rápidos daqui), a viagem foi tranquila e a paisagem a cada hora ficava mais bonita. E tinha uma explicação para isso: estávamos indo para a região da floresta negra (em alemão, der Schwarzwald), uma cordilheira do sudoeste da Alemanha, localizada no estado de Baden-Württemberg, que faz divisa com a Suiça e a França. Der Schwarzwald é cortada pela linha divisória de águas entre o oceano Atlântico e o Mar negro, e também é contornada pelo rio Reno. Dentre as principais cidades da Floresta Negra destacam-se Baden-Baden, Freiburg e Villingen-Schwenningen, a cidade que seria minha casa pelos próximos 5 meses.
Local onde está localizada a região da floresta negra,
na Alemanha. Fonte: Wikipedia.
Hauptbahnhof Villingen(Schwarz.)
Perto das 16hs eu e Fabíola desembarcamos na estação principal de Villingen e nosso futuro chefe já estava a nossa espera. Herr Müller nos ajudou com as malas e nos levou para conhecer a empresa em que, na próxima segunda-feira, seria o nosso local de trabalho. Tomamos um chá no restaurante da empresa - que mais parecia uma casa -,e depois ele me levou para casa. Chegando lá, mais escadas, mas desta vez eram somente 2 lances e Herr Müller fez questão de subir com todas as malas sozinho. Ufa! Depois de se certificar que eu estava bem instalada, voltou na empresa para buscar Fabíola e fazer a mesma coisa para ela.
Nesse dia conheci a Frau Schulz e seu marido, pareciam ser gente boa. Ela me convidou para fazer compras no supermercado, afinal eu não tinha nada de comida e, no outro dia, que seria domingo, nada estaria aberto. E foi assim que terminou o meu dia, com uma ida ao supermercado e tirando aos poucos as coisas das malas.
Convido vocês agora a conhecerem um pouco da minha casa em Villingen. A mesma não é grande, na verdade é uma Kitnet, mas eu adorei. A encontrei toda limpinha, cheirosinha e aconchegante. E, apesar de morar junto com uma família alemã - que é bom também, afinal daria para eu treinar meu alemão na região dos dialetos ... rs -, a minha privacidade estava preservada e, para mim, isso era o mais importante.
Convido vocês agora a conhecerem um pouco da minha casa em Villingen. A mesma não é grande, na verdade é uma Kitnet, mas eu adorei. A encontrei toda limpinha, cheirosinha e aconchegante. E, apesar de morar junto com uma família alemã - que é bom também, afinal daria para eu treinar meu alemão na região dos dialetos ... rs -, a minha privacidade estava preservada e, para mim, isso era o mais importante.
Minha casa até final de fevereiro de 2011.
A entrada principal da casa da Família Schulz, que também
dá acesso ao último piso da casa: meu novo cantinho.
Vista de uma das janelas da minha casa, meu quintal. Eu estava li, numa casa igualzinha a que via nos filmes: sem grades, sem portões, e um jardim enorme para aproveitar.
E esses são só dois achados que encontrei no jardim da Frau Schulz, ainda tem o Denny, um cãozinho muito educado com quem eu espero matar as saudades dos cachorros que deixei lá no Brasil.
E, desse ponto da em diante, a minha privacidade estava garantida.
Sejam bem vindos a minha casa! *.*
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